Após a notícia divulgada pelo CM da senhora da Rinchoa que jazia há mais de oito anos e meio morta em casa e que só foi encontrada porque o Fisco executou a penhora da habitação, os casos de mortes solitárias de idosos ganharam visibilidade nas notícias.
Mas estes casos são apenas a ponta do icebergue do desespero em que muitos idosos vivem. A situação mais exemplar de abandono dos mais velhos aconteceu segunda-feira, em Caselas, um bairro de Lisboa. Luís Carlos, de 83 anos, já não conseguia cuidar da mulher, Isabel, de 89 anos, que sofria de Alzheimer. Desesperado, matou-a e suicidou-se.
Um Estado que deixa uma pessoa com Alzheimer ao cuidado de um idoso falha estrondosamente no cuidado aos mais desfavorecidos. São cada vez mais as situações de idosos incapacitados, muitos com demências, deixados ao deus--dará. E nem adianta culpar o abandono da família, porque frequentemente já nem existe rede familiar. O empobrecimento do País conjugado com o acentuado envelhecimento da população tende a agravar a situação. E o esforço financeiro sobre a Segurança Social e a pressão nas reformas vão provocar o aumento de situações de desaperro e a multiplicação destes gritos mudos. Num Estado com recursos cada vez mais escassos, tem de haver prioridades – e os idosos não podem ser esquecidos.
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