A notícia veio na Reuters, agência insuspeita, austera e prudente que costuma informar o Mundo: Portugal está afundar-se no tormentoso mar da dívida soberana – e não pode continuar a pagar para lá de Março os juros de agiotagem impostos pelos mercados.
Está, pois, decretada a data da humilhação: Abril. Portugal ajoelhar-se-á então perante o Fundo Monetário Internacional – essa piedosa instituição conhecida por salvar Estados falidos, e de caminho dar esperança a Nações desesperadas, a troco de quase nada. Sabe-se como o FMI é altruísta – uma espécie de Conferência de São Vicente de Paula dos tempos modernos.
Os mercados – seja lá quem for essa gente – interrogam-se com estranheza sobre as razões que levam o primeiro-ministro português a não aceitar a mão desinteressada que o FMI lhe estende com comovente solicitude. Sócrates não a deseja. Prefere o auxílio benevolente da União Europeia – e aposta tudo na cimeira marcada para 24 e 25 de Março: se tudo correr bem, a Europa aprovará medidas excepcionais que podem salvar Portugal. Caso contrário, não nos resta alternativa: entregamo-nos às baionetas do FMI. Tudo dependerá, para mal dos nossos pecados, dos humores de Angela Merkel – senhora do velho Leste sem grande opinião sobre a Europa.
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