Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2011
O debate sobre a tal geração dos parvos que, coitados, se fartam de queimar os neurónios nos bancos das escolas, passam de ano com faltas e sem examnes, têm cursos da treta suportados pelos contribuintes e, ainda por cima, são uns escravos que vivem em casa dos papás, continua cheio de gás e de muitas teorias dos inteléctuais do costume. Parece que uma das queixas recorrentes desta pobre gente são os privilégios conquistados pelos mais velhos, os tais que lhes pagam os estudos, a comidinha, a cama, a roupa lavada, o popó, a gasolina e as saídas à noite. Acontece que agora entrou na agenda a solidão dos idosos. Pois é. Estes sortudos recebem pensões de miséria depois de uma vida de trabalho e o único direito que têm adquirido é o de morrerem sozinhos. Sozinhos em casa e sem parvos à volta.
De ninita santos a 16 de Fevereiro de 2011 às 22:18
Gostei de ler isto. Vamos lá a ver: os idosos que morrem sozinhos , podem dar graças a Deus por não terem parvos á volta! E graças ás chorudas reformas que recebem, os parvos não se concentram á volta deles. Já quem tem bens passíveis de realizar dinheirito, não sente a solidão, pelo contrário, sente falta dela. Todos os idosos que morrem sem ninguém por perto, são tristemente carenciados, e de caridosos temos muito pouco. Os lares de idosos, onde podem ter um acolhimento razoável, são três ou quatro vezes mais caros que as parcas reformas de que usufruem. Se ainda assim não houver familiares ou amigos dispostos a sacrificarem-se, pelo conforto desses idosos, ainda que seja comparticipando nas despesas dos lares, podem ter a certeza que o nosso sistema de apoio ao idoso carenciado não funciona. Não há lares comparticipados pela segurança social onde o idoso não tenha de pagar pelo menos o dobro do que recebe. Solidariedade é aquele sentimento que só os pobres ousam sentir e dar. Ainda vamos no futuro ver muito mais gente morrer só, morrer de fome, morrer de vergonha de existir e precisar de mendigar. A miséria envergonhada, também mata.
Esses não coabitam com parvos, porque os parvos não se encostam á miséria, que essa dá despesa.
Mas, para além...muito além de parvos, são os obtusos que, não sofrendo de uma bem merecida e calma solidão, continuam a carregar nos ombros as despesas dos inteligentes, que os olham de cima para baixo, se riem da sua velhice, e os tratam como humanos de segunda.
Não sei o que é mais triste, se morrer só, ou morrer
de tristeza. E agora desatam todos a bater á porta uns dos outros o que me parece ser a mesma coisa que dizer: ó moribundo, já morreste ou ainda não foi desta?
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