A disputa eleitoral e o seu resultado isolaram ainda mais o BE, colocando-o numa trajectória descendente.
O Bloco de Esquerda lançou a moção de censura mais estranha e incongruente que até hoje Portugal pôde constatar. Os seus fundamentos não têm a ver predominantemente com a acção governativa, antes com diferenças ideológicas, o que lhe permite censurar simultaneamente o governo e o principal partido da oposição. Dos seus reais objectivos não consta o derrube do governo, mas pelo contrário, mantê-lo, pois ao também atacar o PSD, convida-o a votar contra a moção e, desse modo, a única força política garante do seu êxito é formalmente impelida a não a apoiar.
O momento do seu lançamento é de tal forma distante da sua votação, que o único efeito pretendido é falar-se dela e dos seus proponentes. Não é o País que interessa. Não é a mudança de Governo que se procura, apenas colocar o BE no centro da política nacional. Percebe-se o porquê. O BE fora derrotado e de que modo nas eleições presidenciais. O candidato por si apoiado tinha caído fragorosamente. A base de apoio da sua candidatura não tinha aproximado os vários eleitorados que a ela tinham aderido. A disputa eleitoral e o seu resultado isolaram ainda mais o BE, colocando-o numa trajectória descendente, e, perante isso, precisava de um número mágico que o posicionasse no centro das atenções. Para o BE o problema não é o País, são os media.
Precisa de inventar algo, quando já esgotou o seu arsenal de causas! Precisa de inventar moções para rivalizar com o PCP. Mas não podemos ver o problema somente por estes ângulos. Esta moção convém ao PS, ao Eng. Pinto de Sousa e de que maneira! Como ela não será aprovada, o Eng. Pinto de Sousa queima uma hipótese à oposição. Como ela não será aprovada, o Eng. Pinto de Sousa aumenta a sua imagem de invencibilidade. Além disso, ainda lhe dá hipóteses para atacar o PSD por, em 24 horas, não ter logo respondido ao desafio. Percebe-se a rapidez desejada pelo Eng. Pinto de Sousa.
É que no PS ele não precisa de ouvir os seus próprios órgãos para a tomada de decisões relevantes. Ele sabe tudo, decide tudo e não ouve ninguém. Ele é o PS. Contrariamente, o PSD é não só democrático como se comporta como tal! O seu líder não é o dono do partido. Esta moção de censura, que aparentemente não serve para nada, tem afinal utilidades várias: mostra que o BE não é um adversário real do PS, mas, mais um apoio estratégico, útil em alguns momentos, como na candidatura de Alegre; mostra que o BE precisa desesperadamente de afecto público; mostra ainda que o Eng. Pinto de Sousa vive para o show e não para os problemas do País. O PSD esse decidirá hoje e decidirá bem!
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