Há diversas explicações para o facto de uns países serem mais ricos do que outros. Direi mesmo que em cada caso haverá razões específicas. No entanto, se nos dermos ao trabalho de procurar os traços comuns que existem entre sociedades mais desenvolvidas, chegamos, obviamente, a algumas características que diferenciam sempre os melhores dos piores.
Os países não passam de realidades político-administrativas. O que realmente existe são as pessoas.
E é o comportamento dessas pessoas, mais propriamente a sua cultura que encaminha os países para o desenvolvimento ou para o sofrimento. Um país é aquilo que for o seu povo. Uma das características nucleares para o desenvolvimento de uma nação, direi mesmo o seu ponto de partida, prende-se com a noção de interesse colectivo que os seus membros tiverem. Quanto maior for o respeito que cada um tiver pelo interesse colectivo, maior será o potencial de desenvolvimento de uima sociedade.
É um valor que se reflecte em todo o quotidiano da nossa vida em comum e que não é passível de ser resolvido por simples recurso a um processo legislativo. Nenhuma lei se consegue impor, se chocar com fenómenos de ordem cultural. É por isso que há normas que hoje não vingam e que, anos mais tarde, perante outro grau de evolução, já conseguem ser aceites. É por isso que na política ter razão antes do tempo é penalizador, precisamente porque, quando isso acontece, é sinal de que não se está em sintonia com o grau de desenvolvimento da sociedade.
O exemplo máximo de ausência de noção do interesse colectivo é, obviamente, a corrupção. O perverso da corrupção é exactamente o facto de ela representar o prejuízo do colectivo em nome do interesse individual.Por isso, quanto mais atrasada é uma sociedade, maior é o seu nível de corrupção; nada mais lógico.
"O Comércio do Porto" - 29 de Agosto de 2000
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