O Pacto de Estabilidade que, por pressão do Bundesbank, o ministro Theo Waigel conseguiu ver aprovado no Conselho Europeu, mais não reflecte do que os receios alemães em trocar lebre por gato. Nota-se um temor no Banco Federal alemão relativamente à possibilidade de os países latinos “abandalharem” o rigor das suas finanças públicas e, assim arrastarem o euro para a instabilidade. Seria para eles um péssimo negócio: a troca de uma moeda credível por uma moeda vacilante. É um risco que, compreensivelmente, a Alemanha não quer correr e que pode pôr em causa a própria construção europeia. O objectivo é competir com o dólar e não com o rublo.
Quando olhamos para o nosso ministro Sousa Franco e para as suas habilidades com a Partest ou para os sorrisos da ministra da Saúde perante os défices do seu Ministério, rapidamente compreendemos os temores do Bundesbank.
Com (des) equilíbrios deste género, será mais difícil ao nosso Governo explicar, no âmbito da agenda 2000, que deve continuar a existir um Fundo de Coesão para os países mais atrasados. Ao aluno aplicado é sempre mais fácil conseguir os seus objectivos. Estou convencido de que essa batalha até pode ser ganha, mas estou também perfeitamente consciente de que ela tem de ser conseguida com a apresentação de resultados concretos e não com uma simbiose de habilidades e diálogo.
A construção europeia, em que o euro é uma peça nuclear, pode ser a garantia para que todos nós, portugueses, alemães ou mesmo ingleses, possamos entrar no terceiro milénio com as mesmas perspectivas de desenvolvimento que temos vindo a conseguir desde o pós-guerra. Ela é a nossa principal arma num mundo em que a crescente globalização obriga a novos equilíbrios, sem os quais os choques de culturas e religiões se podem revelar desastrosos. Uma União Europeia integrada e em paz não só vive melhor, como pode, inclusive, ter condições para poder ser um importante fiel da balança, no quadro das tensões que se imagina que possam vir a acontecer à escala planetária. Perante a evolução que o mundo está a tomar, uma Europa desavinda que nem sequer de si soubesse cuidar, perderia, seguramente, toda a influência que, ao longo da História sempre soube ter.
RUI RIO – 1 de Agosto de1998
. O CONCEITO DE SERVIÇO PÚB...
. ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E P...
. A SACRALIDADE DA PESSOA H...
. 200 000
. A VERDADE PODE SER DOLORO...
. IMAGINEM
. PORTUGAL, UM PAÍS DO ABSU...
. CIVILIZAÇÃO Pré-histórica...
. UMA SOCIEDADE SEM "EXTRAV...
. O POVOADO PRÉ-HISTÓRICO D...
. AS INTRIGAS NO BURGO (Vil...
. MANHOSICES COM POLVO, POT...
. NOTA PRÉVIA DE UM LIVRO Q...