O Estado é compreensivo para quem serviu a causa pública. É um bom e um justo Estado – que reconhece a devoção dos titulares de cargos públicos e políticos. Seria uma injustiça sem nome despachá-los no fim da comissão com nota de agradecimento e respectiva comenda.
O Estado compensa generosamente o espírito de missão com uma reforma – considerável e vitalícia. É o mínimo que pode fazer aos patriotas que, sem o mais leve lamento, aceitaram carregar o fardo de uma vida de martírio nos corredores do poder, nas autarquias, nos gabinetes das empresas públicas, nas bancadas parlamentares.
Não interessa, por exemplo, se deputados dormiram no hemiciclo, se passaram duas legislaturas sem abrir a boca (nalguns casos, ainda bem que se mantiveram calados) ou se picavam o ponto à sexta-feira de manhã e iam mais cedo para o fim-de-semana. Muito menos interessa se muitos dos nossos eleitos e governantes lucraram com empregos mais ou menos duvidosos (falo de ética) arranjados durante o mandato. Também não importa se impolutas figuras correram a fazer dois ou três meses na Assembleia da República para assegurarem a reforma por inteiro. A verdade é que tanta generosidade nos custa um preço demasiado alto – injusto e incompreensível. O Estado, exaurido e de mão estendida aos agiotas que ainda o financiam, vê-se agora nesta ingrata situação: não tem dinheiro para pagar as reformas milionárias.
. O CONCEITO DE SERVIÇO PÚB...
. ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E P...
. A SACRALIDADE DA PESSOA H...
. 200 000
. A VERDADE PODE SER DOLORO...
. IMAGINEM
. PORTUGAL, UM PAÍS DO ABSU...
. CIVILIZAÇÃO Pré-histórica...
. UMA SOCIEDADE SEM "EXTRAV...
. O POVOADO PRÉ-HISTÓRICO D...
. AS INTRIGAS NO BURGO (Vil...
. MANHOSICES COM POLVO, POT...
. NOTA PRÉVIA DE UM LIVRO Q...