É paradigmática a abordagem deste governo com as escolas do ensino particular e cooperativo com contrato de associação: cortes de 30%. Diz a Ministra que o “financiamento está garantido”, pese embora algumas escolas possam “ter de fazer ajustamentos”. A culpa é “da portaria”. Ela limita-se a “cumprir a lei”.
O país precisa de fazer cortes: certo. Mas a assimetria dos sacrifícios exigidos a quem está no sector privado e no sector público é por demais evidente. O sector privado suporta cada vez mais impostos – basta ver a evolução da receita fiscal nos últimos anos -, mais desemprego, o esforço e a necessidade de ser reestruturar para sobreviver. O sector público faz-se de rogado por ter de ajustar os salários à produtividade.
Se a Ministra da Educação cortar 30% no financiamento das escolas públicas, e as forçar a “fazer ajustamentos”, aí sim terá legitimidade para promover os cortes às escolas do ensino particular e cooperativo com contrato de associação, que prestam um serviço mimético ao promovido pelo Estado na “Escola Pública”. Até lá, é hora de dizer basta, e de exigir ao Estado que emagreça, e pare de escravizar os de sempre.