" O Comércio do porto" - 08-05-2001
A nossa sociedade está a atravessar uma perigosa crise de valores. Uma crise que todos sentimos nas mais pequenas coisas, quando, no dia-a-dia, constatamos que temos de conviver com uma permanente inversão de prioridades.Hoje, já começa a ser difícil encontrar quem perceba que o interesse colectivo se tem sempre de sobrepor ao interesse individual. De forma perigosíssima, a sociedade aceita demasiadas vezes e de forma complacente que os interesses individuais ou de grupo ditem politicas que agridem o colectivo. Infelizmente, são muitos esses exemplos.
É a justiça que não funciona e que absolve os membros das FP 25 de Abril que mataram inocentes. É uma administração fiscal que de forma cúmplice permite que um clube de futebol não entregue os mais de 2 milhões de contos de impostos que recebeu, enquanto os outros portugueses são fustigados com mais impostos. É uma polícia que tem dificuldade em actuar, porque se agridir o ladrão, é enxovalhada na comunicação "social" e até tem de responder em tribunal. São os areeiros que provocam a queda das pontes por causa da busca desenfreada do lucro e nada acontece. É um ministro Coelho que se demite por resposabilidade política e passa, por isso, a ser ridiculamente considerado um herói no seu partido. São os salários dos gestores públicos nomeados pelo poder que ultrapassam milhares de contos por mês, numa estúpida afronta à pobreza. É o Governo a endividar o país de forma oculta através da desorçamentação e a empenhar o futuro dos nossos filhos, sem que o país se revolte. São as câmaras a autorizar construções em altura que rebentam com as cidades, em benefício sabe-se lá de quem. São os jornais e as televisões a publicarem sondagens fantoches e à margem da lei, sem que a Alta Autoridade para a Comunicação Social faça o que quer que seja. São até as notícias do Big Brother a sobreporem-se ao anúncio da recandidatura de Jorge Sampaio. ( ... )
Que os portugueses critiquem e combatam, no seu dia-a-dia, aqueles que agridem o interesse colectivo em nome do seu exclusivo interesse individual. E onde se faz isso? Faz-se no emprego. Faz-se em casa, Faz-se no café. Faz-se no partido. Faz-se no clube que frequentamos. Faz-se assistindo e intervindo nos colóquios. Faz-se escrevendo nos jornais. Faz-se nos blogs. faz-se sensibilizando todos os que conhecemos. Faz-se votando e sem nos abstermos. Faz-se, portanto, sempre que participamos, nunca se faz quando nos alheamos. É preciso lutar pelo nosso país, porque no limite esse país somos nós mesmos.
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