Nas condições prevalecentes, que não se alterarão, os nossos credores não vão renovar os seus créditos e não vão surgir outros que, em transação normal, aceitem substituí-los. Sei que a dívida é dispersa, pública e privada, o mesmo acontecendo com os credores. Mas o mercado já só quer saber de números globais (dívida pública portuguesa; dívida externa de Portugal) e alguém terá de aparecer, de forma centralizada, respondendo por isto. É necessário reescalonar a dívida. Serão necessárias mais garantias. Terá de vir um aval de algum lado, a troco de limitação de soberania.
O que está a passar-se não vai resolver o problema, porque não o assume. Nem o orçamento aprovado, nem a alteração da legislação do trabalho recomendada pela Comissão Europeia e pelo FMI, nem a redução do balanço dos bancos preconizada pelo Banco de Portugal. Falta coordenação. Falta um plano. Falta liderança.
É necessário atuar de imediato. Défice público e défice externo não podem continuar a exceder a taxa de crescimento do PIB. A questão de continuarmos ou não no euro resolver-se-á mais tarde, dependendo de alinhamentos globais que nos transcenderão.
Texto publicado no caderno de economia do Expresso de 4 de dezembro
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