Os cinco mil habitantes da região desesperam com os ataques nocturnos e o cenário desolador a cada dia que nasce. Já tentaram de tudo para evitar a acção devastadora dos animais - desde a abertura de valas à construção de vedações com troncos de árvores ao longo das margens do rio Cuvelai. Mas nada resulta, nada detém os possantes hipopótamos. «É muito remota a possibilidade de os animais abandonarem a região, pois sentem-se seguros e têm imensos produtos à disposição», lamenta o administrador comunal Joaquim dos Santos Horta, que explica a invasão de hipopótamos na embala do Chitumbo com o aumento do caudal do rio Queve, que provocou a migração dos animais para o refúgio no afluente Cuvelai.
«Matá-los é crime, mas a continuarmos assim vamos assistir a mortes por causa da fome», alerta Clemente Eduardo, líder comunitário no Dumbi. Além das colheitas perdidas, a degradação das estradas secundárias e terciárias, agravada pela passagem dos hipopótamos, agudiza ainda mais o drama da população.
A hipótese de captura e transporte daqueles bichos para longe das terras do Chitumbo é afastada à partida, pela complexidade da operação, dado o seu peso, a sua força e a sua agressividade quando ameaçados no que tomam como seu território. E eles continuam a comer tudo. E a destruir o que resta. Clemente Eduardo diz que cada hipopótamo adulto consome por dia 300 quilos de produtos diversos. Se as estimativas apontam para mais de 60 hipopótamos só na região... é fazer as contas.
Olhe D. Maria Rosa, não desanime que nós por cá, mesmo sem hipopótamos, estamos muito pior! Os nossos hipopótamos são muito mais e comem desalmadamente! Matá-los é crime, também acho, mas que já deviam estar presos há muito, não tenho dúvidas. Só que são eles a dar ordens aos guardas! Levá-los para longe era uma óptima ideia, só que ninguém os quer receber. Embora as auto-estradas e Scuts sejam boas mas muito caras.
Por cá já destruiram tudo que havia para destruir, não sobra uma cove. A fome já chegou, e se as contas públicas estão num «grande buracão», como referiu Catroga, e se «não se pode esconder esse cenário escondendo a realidade» (apesar da vasta experiência deste Governo nessa matéria), como afirmou Teixeira dos Santos, como se chegou a este ponto? E para quê, se não há alternativa à viabilização de um mau Orçamento do Estado?
Deste processo já ninguém sai bem. E o país sai inevitavelmente pior.
Maria Rosa tem razão: «Nunca se viu coisa igual. Como vamos viver assim...?». Eles comem tudo e não deixam nada ...
António Reis Luz
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