No argumentário de quase todos os políticos e analistas que abordam a crise nacional há um traço comum: a impossibilidade de realização de novas eleições legislativas antes do Verão do próximo ano. De facto, assim é. A nossa Constituição impõe um calendário que não permite a sua sobreposição com a eleição presidencial, distanciando temporalmente a sua realização da eventual ocorrência de uma eleição para a AR. O mesmo se diga após a eleição do PR, pois outros prazos, outras sábias razões concorrem para a extensão da realização da escolha dos seus representantes.
O que mais espanta é que no meio da crise só se aborde a natureza do voto dos partidos da oposição, independentemente do que pretendem ou sentem, colocando tudo isso como razões secundárias perante a ‘raison d’état’ magnânima e compulsiva. O que se quer, reflecte e protagoniza é despiciendo. O essencial é conservar a aparência da estabilidade. O que é importante é ter um orçamento, não interessa se bom se mau. O lógico era, perante a crise, encontrar rapidamente alternativas de poder, mas nem isso é possível porque a Constituição não deixa.
Somos capazes de ter a melhor, mais perfeita e mais democrática constituição do Mundo, mas seguramente a mais improdutiva e que não corresponde às necessidades do País quando está em crise. Quase se diria que é mais importante cumprir rituais do que resolver problemas, o que é bem verdade e se projecta em quase todas as decisões administrativas do Estado. O objectivo cede perante a relevância do processo.
Porque é que nunca se discutiu uma revisão – mesmo limitada – que favorecesse uma escolha rápida dos representantes dos cidadãos na AR em caso de emergência de uma crise? Porque é que o restante Mundo Democrático tem esse problema resolvido e nós não? Há muito tempo que se fazem escolhas sobre questões acessórias e se esquecem as essenciais. Enquanto isto, o Primeiro-ministro ameaça demitir-se fugindo às suas responsabilidades, enquanto seus destacados ministros apelam ao diálogo específico com o PSD, a quem há bem pouco tempo tão mal tratavam. De extremista a irresponsável, o PSD era o ‘mau da fita’. Curiosa esta atracção pelo abismo que o PS manifesta. O PSD tem uma posição decisiva; porque é patriota, tem de pôr o País acima de tudo, incluindo esquecer o que dele o PS disse. Porque é responsável, não pode deixar cair o País no abismo, para onde vai conduzido pelo Governo de José Sócrates.
Por isso, o bom orçamento é a resposta que ele dá, e não podia ser outra!
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"Pelo Orçamento cheira-me que vem aí outro queijo Limiano, e do Socrátes, seguirá a tradição socialista começada pelo Guterres de fugir às responsabilidades e esperar que a ONU lhe dê um refugio"
Antonio
Hoje, 9h17m