Confesso que comecei por não ligar grande importância à história dos "deputados-fantasma": comida requentada, práticas antigas e de há muito sepultadas, julgava eu. Depois, ouvi o dr. Luís Filipe Meneses a explicar-se e, por uma vez, senti-me solidário com ele. Julguei estarmos perante mais uma daquelas medidas de justiça selectiva e politicamente orientada, de cuja fama a actual direcção da Procuradoria-Geral da República jamais se livrará. Mas, entretanto, foi-se destapando aos poucos a tampa sobre a questão de fundo deste caso e lá dentro começou a vir um inconfundível cheiro a devassidão de costumes, que, conjugado com vários outros factores, deve fazer soar uma campainha de alarme na cabeça de todos os que entendem aquilo que pode estar em causa.
E o que está em causa aqui é a sobrevivência, com um mínimo de respeitabilidade pública, da instituição fundamental de qualquer regime democrático, que é o seu parlamento.
Paulatinamente, ano após ano e tanto em questões essenciais como nas acessórias, os deputados da nação têm-se entregue, com uma irresponsável inconsciência, à tarefa de destruir o prestígio e a credibilidade do órgão de que fazem parte. ( ... )
Miguel Sousa Tavares 20-08-1999
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