A OPORTUNIDADE
Algumas vozes têm criticado o PSD por apresentar um projecto de revisão constitucional em vez de se dedicar ao combate à crise. Vêm sobretudo do PS. Compreensível. O combate à crise não é operado da mesma maneira pelos diferentes partidos. Uns entendem que o quadro em que vivemos é ajustado. Outros – como o PSD – acham necessário mudar de paradigma, sob pena de a deterioração económica e social se tornar permanente.
Não creio ser apenas essa a intenção de lançar o debate. O PSD quis antecipar uma profunda discussão onde contrastes entre presente e futuro sejam assumidos, onde os actores políticos se possam actualizar, onde o médio-longo prazo possa ser revelado face às urgências do presente. Sabemos que o modelo socioeconómico em que vivemos durante trinta anos se esgotou. O risco de não optarmos diferentemente é declararmos a próxima década co-mo perdida. Nada melhor do que um choque de ideias para refazermos a nova história.
O PSD não tem a pretensão de trazer a verdade ao país como se fosse o seu único detentor. Mas silenciarmo-nos perante a emergência de catástrofe seria criminoso. Acreditamos no diálogo e colocamos na mesa ideias e propostas. Analistas têm sugerido que para a eficiência de uma revisão constitucional seria mais útil um diálogo ‘de salão e gabinete’ entre PSD, PS. Discordo. Estamos numa altura em que todo o País deve discutir o seu futuro, e não apenas algumas das suas ‘vanguardas iluminadas’.
Ao apresentar uma proposta, o PSD obriga PS e CDS a fazerem-no de igual modo e a não se esconderem em chavões como ‘a inoportunidade’ ou a adjectivação degradante e errada sobre as propostas do PSD. O PS sabe que face à crise das finanças públicas não existe salvação sem redução da ‘factura social’ do Estado. O mais extraordinário e contraditório é o discurso do PS: que faz finca-pé na manutenção do actual Estado Social, mas todos os dias aumenta as taxas moderadoras da saúde, fecha escolas, maternidades e urgências. Progressivamente reduz o Estado Social ao mesmo tempo que proclama a sua inviolabilidade.
É altura de se ser sério e responsável. Para o PSD, é necessário que a revisão constitucional, o seu programa partidário, que também está em debate, e o futuro programa eleitoral para governo sejam consonantes.
A revisão da constituição não é para substituir uma ideologia por outra. Antes criar valores partilhados por todos os que aspirem a governo. A luta que o PSD trava é uma nova forma de fazer política em Portugal. Ainda bem, mesmo que sofra com isso e por isso.
. O CONCEITO DE SERVIÇO PÚB...
. ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E P...
. A SACRALIDADE DA PESSOA H...
. 200 000
. A VERDADE PODE SER DOLORO...
. IMAGINEM
. PORTUGAL, UM PAÍS DO ABSU...
. CIVILIZAÇÃO Pré-histórica...
. UMA SOCIEDADE SEM "EXTRAV...
. O POVOADO PRÉ-HISTÓRICO D...
. AS INTRIGAS NO BURGO (Vil...
. MANHOSICES COM POLVO, POT...
. NOTA PRÉVIA DE UM LIVRO Q...