É fácil culpar os especuladores pela crise financeira e pelo consequente pacote de austeridade que somos obrigados a pagar. Mas também se poderia citar um político português e dizer que este aperto do cinto "estava escrito nas estrelas". A surpresa foi ter entrado de forma tão repentina. Mas se não fosse em 2010 seria em 2012 ou 2015. E quanto mais tarde o País tivesse percepção do problema, mais erros poderiam ser cometidos.
Um país pequeno, pobre e periférico não pode sistematicamente viver acima das suas possibilidades. A ilusão do crédito fácil e barato proporcionado pela adesão ao euro ajudou os portugueses a caminharem para o abismo económico. Não é só o Estado que esbanja e é gastador. As famílias também têm culpa no cartório.
Os dados da OCDE que mostram a evolução da poupança das famílias confirmam que este país em pouco tempo passou de aforrador para gastador. Em 1995, a poupança líquida das famílias ainda representava 6,9% do rendimento disponível; em 2007 já apresentava um saldo negativo. Se não fosse o dinheiro do estrangeiro, as famílias não poderiam manter o nível de crédito nem de gastos.
O contágio do vírus grego só foi possível por causa da dependência de financiamento de Portugal no exterior. É mesmo verdadeira uma máxima frequente citada por economistas: "Não há almoços grátis."
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