Uma visita ao Santuário nos finais do século XX . Nas áreas e pisos envolventes, as madeiras rangem de velhas, oscilando assustadoramente com os nossos passos, fazendo mesmo inclinar os móveis e as vitrinas que por ali abundam. São visíveis vários blocos de estuque caídos dos altos tectos, que jazem no chão ou em cima das mesas. No museu do desarrumo, o pó e muitas peças valiosas andam de mãos dadas a cada canto. Na parte exterior também se respira abandono, com árvores, jardins, arruamentos, lago e cascata sem vida nem alegria. Até as precárias habitações das pessoas já realojadas, totalmente destelhadas, concorrem para agravar toda esta situação. Bem sabemos do enorme esforço que o nosso município tem feito para remediar este estado de coisas que acontecem, a quem como este Santuário Mariano e Jubilar já quase dobrou duzentos anos. Alguém dizia que as árvores não se abatem, talvez se possa dizer que muito menos os Santuários. Por várias dezenas de anos a área circundante do Santuário foi ocupada por muitas dezenas de barracas e, portanto, outras tantas dezenas de famílias e seguramente centenas de pessoas de todas as idades. Tais condições de habitabilidade eram como se pode facilmente entender de grande falta de condições higiénicas e outras carências, o que terá contribuído decisivamente para aumentar o estado de degradação a que chegou, não só o Santuário, como também o seu bonito jardim, a formosa cascata e o lago, por ela que alimentado. O estado de poluição a que havia chegado a ribeira do JAMOR, em nada favorecia tal estado de abandono que toda a área do Santuário chegou a ter. Mesmo depois de várias intervenções por parte dos serviços camarários na ribeira do Jamor, no jardim e muito principalmente no Santuário, ainda assim, estamos longe de poder considerar o seu estado de satisfatório. Por esta altura ouviu-se o Senhor Primeiro Ministro falar de milhões de contos para os nossos museus, principalmente para o museu de Foz Côa. Nada temos contra as figuras rupestres, mas um Santuário como este diz muito para a freguesia e para o concelho, também para o nosso país, e tal como as ditas figuras, também ele terá muito a ver com o mundo em que vivemos. Paredes meias com o Complexo do JAMOR, que agora renovado, irá atrair milhares de forasteiros, não é possível deixar ruir e manter ao abandono um local que tem todas as condições para voltar a atrair peregrinos de todas as latitudes.
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