UMA ECONOMIA DE RASTOS ......
Balanço da UE sobre os vinte anos de Portugal .
Segundo nos divulga a União Europeia, Portugal alterou substancialmente a sua forma de estar no mundo após o seu ingresso no referido bloco.
O Eurostat, Direcção-Geral de Desenvolvimento Regional DA UNIÃO EUROPEIA, APRESENTA-NOS OS SEGUINTES DADOS:
No total, Portugal recebeu da União Europeia, nos últimos 20 anos, 42.020 milhões de euros de Fundos Estruturais e 6.302 milhões de euros do Fundo de Coesão. Entre 2000 e 2006, 16,5% dos fundos comunitários são canalizados para a “Economia”, 12,6% para o “Emprego, Formação e Desenvolvimento Social”, 12,4% para os “Transportes” e 9,7% para a “Agricultura”.
O investimento em acessibilidades foi muito significativo. Em 1986 havia 196 quilómetros de auto-estradas; hoje há 2.091 quilómetros, que representam 16,5 % do total das infra-estruturas rodoviárias do país.
No que se refere ao Produto Interno Bruto (PIB) a diferença de Portugal relativamente à média da União Europeia diminuiu: o PIB per capita (em Padrão de Poder de Compra) passou dos 54,2% em 1986 para os 68% em 2003 (UE a 15, sem os dez novos Estados Membros). Este último valor representaria, em 2003, 74% da média da UE a 25.
Há 20 anos, a agricultura, a silvicultura e a pesca representavam 9,4% da economia portuguesa (Valor Acrescentado Bruto). Hoje esse valor é de 3,9%. A indústria transformadora representava 25%; hoje está nos 18,2%. Num registo inverso, o peso dos serviços subiu: de 52,5% passaram para 66,9 pontos percentuais.
A taxa de inflação sofreu uma clara descida; dos 11,7% passou para os 2,2%.
As taxas de juro também mudaram radicalmente nos últimos 20 anos. Em 1986, Portugal registava uma taxa na ordem dos 15,8%. Em 2005 esse número desceu até aos 3,4%.
A União Europeia reforçou o seu peso enquanto parceiro comercial privilegiado de Portugal. A taxa de exportações para os países da União Europeia subiu dos 57% para os 80% e a das importações passou dos 44, 9% para os 77%.
Há 17 anos, as despesas dos agregados familiares com produtos alimentares, bebidas e tabaco representavam 34,3% do total dos gastos. Em 2000 (data dos últimos dados disponíveis) esse número desceu para os 21,5%. No caso dos transportes subiu de 15,7% para os 18,3%, o mesmo se passando com as despesas relativas a habitação, água e electricidade que aumentaram dos 13,6% para os 19,8%. As despesas com tempos livres e cultura também subiram: dos 5,1% em 1986 chegaram aos 6,6% em 2003.
O número de telefones fixos por 100 habitantes subiu de 15 para 42. No caso dos telemóveis, a taxa de penetração situa-se hoje nos 92,8%, sendo claramente uma das mais altas de toda a União Europeia.
Desde que aderimos à União Europeia, a esperança de vida passou dos 70,3 anos para os 74,5 anos nos homens, e de 77,1 para os 81 anos, nas mulheres.
A taxa de mortalidade infantil, desceu dos 15,8 para os 5,1 por cada mil crianças.
Hoje há 3,3 médicos por mil habitantes. Há 20 anos esse número era de 2,3.
A percentagem da despesa do PIB em Investigação e Desenvolvimento passou de 26,4% da média europeia para os 40,2%. Em 1986 a despesa representava 0,41 % do PIB. Em 2003 esse número subia para os 0,78%. A meta da Agenda de Lisboa para a União Europeia situa-se nos 3%.
A taxa de escolarização do ensino secundário subiu, nos últimos 16 anos, dos 17,8% para os 62,5%.
No ensino superior, o número de estudantes portugueses em programas Erasmus passou de 25 alunos, em 1986, para os 3.782 alunos em 2004. Até 2004 participaram neste programa 28.139 estudantes.
Há quinze anos a taxa de tratamento de águas residuais era de 34%, hoje é de 82%. Também a percentagem da população servida por Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’S) aumentou; entre 1997 e 2003 passou de 36% para 56%.
A recolha selectiva de vidro aumentou grandemente nos últimos 15 anos; passou de 12.722 toneladas para as 90.946 toneladas. No caso do cartão a subida foi das 1.415 para as 75.692 toneladas e, no campo das embalagens, o diferencial passou das 484 toneladas para as 6.911 toneladas.
O número de pessoas a fazerem turismo em Portugal (portugueses e estrangeiros) era, há 20 anos, de 5.624.370. Em 2004 esse número atingiu os 10.961.968.
Há 20 anos o saldo migratório do nosso país era claramente negativo, saíram mais 26.949 indivíduos do que aqueles que entraram. Hoje, a diferença entre os que deixam Portugal e os que escolhem o nosso país para residir já é positiva: 47.229 pessoas.
A taxa de acidentes de trabalho por cem mil trabalhadores desceu de 5,9 em 1994 para os 4,0 em 2002. Em 1990 registaram-se 305.512 acidentes, em 2001 esse número chegou aos 244.936.
A Economia Portuguesa-2004*:
Serviços: 69% do PIB (produto interno bruto)
Construção e obras públicas: 7% do PIB
Agricultura, silvicultura e pescas: 2,9 % do PIB
Electricidade, gás e água: 2,9% do PIB
Indústria: 17,3% do PIB. A fileira têxtil, vestuário e calçado, assente na mão-de-obra intensiva, não tem parado de diminuir a sua importância na formação do PIB.
*Fonte: Banco de Portugal
Economia paralela: 20 a 25 % do PIB.
A economia portuguesa desde 2000 está praticamente estagnada, mas no país alguns sectores estão visivelmente melhores, nem sempre pelas melhores razões:
. Habitação. Cerca de 70% da população vive em casa própria. 1/3 das famílias tem uma segunda habitação na praia ou no campo. A renovação do parque habitacional é uma realidade na maioria das regiões do país. A oferta de casas excede largamente as necessidades. Enormes oportunidades de negócio abrem-se agora na área da conservação e restauro, assim como na requalificação urbana.
. Automóveis. Durante muito tempo foi um indicador de desenvolvimento, hoje nem tanto. Constata-se todavia que o número de automóveis por habitante em Portugal é superior ao de muitos países da UE, como a Dinamarca.
. Portos, aeroportos e vias de comunicação. Portugal é hoje um dos países da UE com a maior densidade de auto-estradas, e dentro em breve todas as capitais de distrito estarão ligadas por uma moderna rede de comunicações. As estruturas portuários são magnificas, embora sofram de um problema comum: uma gestão deficiente.
. Distribuição de produtos. O comércio tradicional está a desaparecer, mas o número de centros comerciais, hipermercados, redes de lojas de distribuição colocam Portugal acima da média da UE. Em termos de logística comercial o salto qualitativo foi enorme. Algumas empresas portuguesas somam êxitos nesta área em muitos países.
. Bancos. O país está em crise, as famílias estão endividadas, mas os lucros dos bancos não param de crescer (50% em 2004). O sector financeiro está ao nível do melhor em termos internacionais.
. Turismo. A oferta turística de Portugal diversificou-se e subiu muito em qualidade. Uma percentagem significativa da população não prescinde hoje de fazer férias no estrangeiro.
. Telecomunicações. Portugal tem neste domínio excelentes indicadores, na rede fixa, banda larga, telemóveis, serviços electrónicos, etc., etc.
. Novos produtos industriais. industria do papel, moldes de plástico, automóveis, software, aviões ligeiros, etc..
. Produtos tradicionais. Vinhos, café, cortiça, etc.
Estas profundas mudanças económicas atingiram de forma particularmente violenta, a população activa com baixos níveis de escolaridade, a qual passou a concorrer no mercado de trabalho com imigrantes de todo o mundo. A educação passou a ser de facto um capital socialmente valorizado pelas famílias.
Bloqueios
. Administração Pública. Os serviços públicos (centrais ou locais) não foram capazes de acompanhar as mudanças que ocorreram no país. Herdeiros de uma tradição colonial, continuaram distantes da população e das suas necessidades. Na saúde, educação ou gestão local, por exemplo, presta um serviço medíocre face aos enormes recursos que consome. Toda a Administração Pública portuguesa está repleta de dirigentes, serviços e procedimentos inúteis ou perto disso.
.20 % em risco. 1/5 da população portuguesa apresenta graves problemas de inserção social ou dificuldades em acompanhar as mudanças em curso. As causas são múltiplas: baixa escolaridade, idade avançada, isolamento, dificuldades de integração social de minorias étnicas (ciganos, africanos), etc.
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