De entre eles, devemos destacar Teófilo Braga, que decerto se terá mostrado simpático para com Cesário, como era seu apanágio sempre que era apresentado a um jovem revolucionário; João de Deus que passava as noites no café "Martinho" em longos discursos, e Gomes Leal, que sempre que podia furtar uns momentos à absorvente política, aparecia no café, que, anos mais tarde, haveria de matar a fome por diversas vezes a Fernando Pessoa.
Ao lado dos escritores mencionados, Cesário viria a conhecer no "Martinho", jornalistas que em breve se tornariam seus inimigos, como são exemplos significativos, DANTAS BARACHO e Guimarães Fonseca.
O primeiro, ao passar pelo poeta de Linda – a - Pastora, ter-lhe-á chamado:
- Adeus, ó Cesário Azul!
Ao que o visado respondeu energicamente:
- Adeus ó troca-tintas!
O segundo saiu do anonimato, por ter escrito um folhetim insultuoso contra Cesário, que foi lido uma noite no "Martinho".
Já que falamos de inimigos, devemos sublinhar que os de Cesário aumentaram logo após a saída dos seus primeiros poemas no "Diário de Notícias", pois a sua poesia tinha o dom de irritar muita gente.
Ao mesmo tempo, notemos também como os órgãos de comunicação manipulavam já a opinião pública. A apresentação da poesia de Cesário Verde feita por dois jornais é extremamente significativa do que acabamos de afirmar.
No "Diário de Notícias", Eduardo Coelho descreve o poeta de Linda – a - Pastora como um "crente", "puro" e defensor de " tudo o que deve respeitar-se". Semelhante definição deve ter agradado ao pai do poeta, embora este último, pelo contrário, ter-se-á sentido profundamente ridículo.
Vejamos, agora, como Silva Pinto apresentou o seu amigo Cesário no portuense "Diário da Tarde", a 3 de Dezembro, num texto intitulado "um poeta novo" e dedicado a Manuel de Arriaga:
" (...) É um verdadeiro poeta. (...) Cantando o quê? O que não existe. Pode-se lá cantar outra coisa? (...) é uma entidade pensante e sofredora... Tem uns sorrisos de homem de hoje... O meu pároco atribui o facto à falta de religião:
Não é outra coisa.
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