A TGV Interiores é uma das empresas que estará na 41.ª edição da Capital do Móvel. Fotos: DR

A 41.ª edição da Capital do Móvel – Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira decorre de 3 a 11 de Agosto, focada na inovação e umas semanas antes do habitual para atrair os emigrantes portugueses ainda de férias.

“Alteramos a data da feira, antecipando-a umas semanas (costuma ser no final de Agosto/início de Setembro), porque infelizmente temos cada vez mais emigrantes e queremos aproveitar o facto de estarem cá de férias para que comprem mobiliário de Paços de Ferreira para as suas casas nos países de destino”, explicou o presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) à margem da apresentação do certame, que decorreu esta terça-feira no Porto.

Neste sentido, Hélder Moura diz ter sido, pela primeira vez, feita promoção do evento nos países onde existem as principais comunidades portuguesas.

Paralelamente, mantiveram-se os esforços de promoção na vizinha Galiza, de onde a organização espera trazer 20% dos cerca de 35 mil visitantes esperados.

No total, serão 120 os expositores presentes e, segundo o presidente da AEPF, “muitas as novidades”.

“O mercado interno emagreceu e os empresários sabem que a única saída é inovar. Teremos apresentações a nível de inovação bastante interessantes, desde uma mesa completamente automatizada que se acomoda automaticamente ao número de pessoas a servir, a peças de mobiliário com pele de peixe e a 15 peças executadas na Capital do Móvel pelos 15 finalistas da primeira Pós-gradução em Design de Mobiliário.

Entre estas, Hélder Moura destaca uma chaise longue feita “com um fato igual ao [do nadador olímpico] Michael Phelps”, produzido numa empresa de Paços de Ferreira e que será “a coqueluche entre as peças finalistas”.

“Os empresários já perceberam que não podem estar parados e que a solução é inovarmos, diferenciarmo-nos dos concorrentes e procurarmos nichos de mercado. Isto tem sido conseguido e, por isso, na indústria do mobiliário os encerramentos de empresas não têm aumentado, embora esta seja, obviamente, uma indústria que se está a reestruturar e que tem as suas dificuldades”, sustentou.

Neste contexto, o presidente da associação empresarial, que organiza a feira, destaca o novo crescimento registado no primeiro semestre deste ano nas exportações do sector português de mobiliário, responsáveis por 80% das vendas e que, no ano passado, ultrapassaram os 1.000 milhões de euros.

“Cada vez mais há um reconhecimento internacional da indústria nacional de mobiliário, cada vez mais nos diferenciamos da concorrência não só pela qualidade, como já acontecia, mas agora também pelo design e pela inovação”, considerou Hélder Moura.

Com a França, Espanha e Angola a continuarem a destacar-se como principais mercados de exportação do mobiliário nacional, a AEPF aponta, contudo, o crescimento registado no norte da Europa, nomeadamente na Alemanha, e a diversificação, ainda que em pequenos volumes, “um pouco para todo o mundo”.

E se, segundo Hélder Moura, “a indústria do mobiliário não sentiu tanto a crise interna porque estava já directamente ligada ao mercado internacional”, o facto é que o comércio de mobiliário, “muito ligado ao mercado nacional, teve que se adaptar”, e actualmente já está reestruturado e também a apostar na internacionalização.

Promovida desde 1984, a Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira decorre novamente nesta edição no Parque de Exposições daquela cidade e está aberta ao grande público.