( Pura ficção)
Convido os meus leitores para quando lerem este artigo de opinião, se sentirem
como se estivessem a vogar, não na água de um rio, mas sobre ela.
Este rio, quero eu que represente o estado a que o nosso país chegou, envergonhadamente, na cauda dos países da União Europeia, em tudo que é negativo.
Podem mesmo imaginar esse rio, um daqueles com água pouco transparente ( a poluição !) e fria , naturalmente também pouco profunda . A sua torrente vai esbarrando e manchando as imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra nem lave.
Assim, voaremos entre o real e o imaginário visionando do alto o nosso berço.
Com a publicação deste artigo o autor pretende somente levar as suas dúvidas , sobre a sociedade em que vivemos, até às pessoas que, como ele, não têm acesso a todo um mundo que se presume existir, pelas contradições visíveis, inexplicáveis e frequentes, que qualquer observador atento pode detectar , diríamos, no seu dia a dia , com um pouco de espírito de observação .
Quem ouvir os noticiários , ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais , procurando estabelecer uma relação entre as notícias , depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica , mas que se percebe não acontecerem por acaso , tal o grau de eficiência que existe na sua execução.
É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos, conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas .
Provavelmente tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo pura alucinação. Digamos o imaginário a funcionar.
Mas, em boa verdade e realidade, os valores são relegados e combatidos, as teorias do “relativismo” são acarinhadas e defendidas .
O mau uso e concepção da “tolerância” atiram - nos para o meio do extenso “lodaçal” em que vivemos.
O mérito, a honestidade, o desempenho, a competência e a inteligência das pessoas parecem ser um estorvo à funcionalidade do “Sistema” que tudo controla.
Este prefere o servilismo de legiões de “clones” onde abundam o oportunismo, a denúncia, e a incompetência, ou mesmo, o analfabetismo endémico.
Dessa forma conseguem um total domínio estruturado, no mau sentido, da nossa Sociedade Civil !
Foi assim que se deu o aparecimento da descrença e da desmotivação colectivas, por todo o País.
A suspeita e o desencanto são o estado de espirito do povo.
Qualquer pessoa mais resoluta e forte no seu carácter é sempre traída no seu idealismo pelo poder, pela corrupção e pela mentira.
António Reis Luz